A
observação das coisas naturais sempre constituiu verdadeiro aprendizado na
existência humana. Necessário é que este habito continue sendo usado sempre,
principalmente quando encontrarmos em nossas observações, as lições necessárias
para o nosso aperfeiçoamento moral – uma das obrigações do homem sobre a terra.
Quem
acompanha com mais frequência os noticiários, tem percebido as grandes aflições
por quais a humanidade passa atualmente. Em algumas partes, a natureza tem se
mostrado mais agressiva enquanto que em outras, o próprio homem envenena-se por
meios de guerras sangrentas e injustificáveis (ou com motivos que não convencem
muito) como no caso da Líbia.
Neste
caso específico há que se questionar qual o sentimento que move o ditador líbio
a cometer tantas atrocidades, e, sinceramente não há como não chegar a uma
conclusão: é a falta de humildade!
Mas,
aumentando, ou melhor, aproximando o nosso campo de visão, poderíamos observar
em nossa vizinhança se por acaso encontramos alguns ditadores da vida, ou para
melhor compreendermos, quem sabe, em nós mesmos?
O
orgulho é a falta de humildade em nós. Infelizmente parece que cada vez mais,
uma parte mais distinta da sociedade tem se voltado para o orgulho. Fechando-se
muitas vezes em suas fartas condições financeiras, acabam por lançar-se pelos
caminhos da vaidade e do ego, grandes parceiras do orgulho e lamentavelmente
perdem grandes chances de espiritualização fechando os olhos para aqueles que
necessitam ainda do apoio financeiro, mas, principalmente do apoio afetivo,
aquele que eleva a moral e enobrece o homem reconhecendo-o como o bem maior da
sociedade e insubstituível.
Se
observarmos na natureza, até mesmo a maiores coisas mostram-se humildes umas
com as outras. Com o tempo, as montanhas inclinadas e endurecidas se desgastam
para formar o solo fértil que produz o alimento e sustenta a vida. Por maiores
que sejam os rios, eles sempre se unem para formarem os mares e oceanos. Até
mesmo o oceano invisível de ar que nos banha, se divide em porções pequenas
para oxigenar a vida. Se observarmos no universo, os sóis são gigantes, mas
para aquecer e dar luz aos planetas vão se desgastando lentamente durante os
milênios.
Até
mesmo entre os homens, o maior e mais perfeito que conhecemos escolheu uma
manjedoura simples para nascer, dando desde cedo o exemplo para que o homem
pudesse seguir com segurança pela vida: a humildade!
Observando,
então descobrimos que muito ainda precisamos mudar. De que adianta os status do
mundo, os títulos nobres, os cargos elevados. De que adianta o homem querer
estar por cima, se quanto mais alto, maior é o tombo?
Emmanuel
esclarece em seu livro “Pensamento e Vida” (Ed. Feeb): “Humildade não é
servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das
profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem. Cultivá-la
é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre
os caminhos do mundo, é olvidar (esquecer)
todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia...”.
Ser
humilde é uma grande virtude que poucos realmente tem. Como todas as virtudes,
é algo que cultivamos um pouco mais a cada dia.
Os
problemas do mundo não estão na pobreza ou na desigualdade social. Serão
resolvidos certamente quando muitos daqueles que são responsáveis por tornar-lo
melhor deixarem o orgulho e a vaidade que escurecem suas visões e cederem à
humildade.
Mas,
antes de tudo cabe a cada um de nós fazermos as observações necessárias e de
pouco em pouco podarmos os galhos que dão frutos ruins em nós, dando assim
espaço e ares novos para que cresçam os ramos das boas virtudes que ainda nos
faltam.
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