terça-feira, 31 de agosto de 2010

O perdão cura


Proponho um exercício de imaginação, para que possamos entender como a mágoa, pode prejudicar a nossa saúde, tanto a física, como a saúde mental.
Vamos estabelecer alguns termos para facilitar a compreensão:
O quer nos fizer mal (acidentes, estresse, discussões, medos, etc.), vamos chamar de más vibrações; E o contrário de boas vibrações.
Pois bem, seguindo com o nosso exercício, imaginemos agora, que por algum motivo, hoje você se indispôs com alguém e isso te deixou extremamente nervoso e angustiado, muito tenso, gerando uma carga de más vibrações em seu organismo e um “nó” inexplicável no estômago. O resultado disso, vamos chamar de mágoa.
Os dias vão se passando e seu caso continua mal resolvido. Estranhamente, toda vez que você se lembra do episódio, as mesmas sensações voltam a te torturar.
É lógico que intimamente você tem certeza de estar com a razão. Sente-se injustiçado e gravemente ferido na alma. Às vezes até tem vontade de entrar em contato com “a pessoa”, a fim de resolver as coisas, mas, seu orgulho não permite, pois afinal, a culpa não foi sua.
Essas más vibrações, acumuladas desde a data do acontecimento, ficaram armazenadas, e agora passaram a se manifestam de forma negativa na região do seu estômago.
Logo, as más sensações vão aumentando, e mesmo que você nem as relacione mais com o fato acontecido, essas más vibrações continuam armazenadas, como toxinas da alma em seu organismo, se manifestando justamente na região estomacal.
Agora nessa fase da história, se sente mal até na hora em que faz as suas refeições, tornando-as momentos de verdadeiras torturas.
Depois de muito tempo sofrendo e de tanto insistirem, você vai ao médico e ele lhe pede alguns exames, que depois de avaliados, constatam que você sofre de uma gastrite (estresse físico ou psíquico entre outras causas podem levar a uma gastrite aguda).
O médico lhe receita vários medicamentos, que possivelmente podem surtir efeitos temporários ou nem surtirem efeitos (lembre-se que isto se trata de um exercício de imaginação).
Leia o artigo: Estresse: O Assassino Silencioso” > consulta em: 16/07/10, publicado pelo Dr. Vladmir Bernik, médico psiquiatra pela AMB/ABP e pelo CFM.
Nesse exercício mental, vimos à trajetória de como uma discussão acabou por terminar em uma gastrite. Agora, imagine que tipo aflições poderia gerar um câncer?
Jesus respondeu a Pedro sobre o quanto era possível se perdoar, então disse: “... Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Ou seja, quantas vezes se fizerem necessárias.
Por vezes guardamos em nós as más vibrações resultantes dos conflitos do dia-a-dia, que mais tarde acabam se transformando em verdadeiras “mazelas mentais ou corporais”.
Mesmo que nossa memória consiga esquecer as ofensas, tanto as que causamos quanto as que sofremos, esses registros ficam guardados em nossa consciência, e cedo ou tarde ela chamará para o reajuste, seja pela dor redentora ou pelo amor santificado.
O exercício da paciência pode ajudar a manter o equilíbrio. Quem exercita a paciência, aprende rápido a se esquivar de agressões que sempre trazem conseqüências negativas ao nosso organismo. A ofensa é um presente, que aceitamos apenas se quisermos!
Segundo estudo realizado pelo doutor Fred Luskin em 2002, o perdão tem o poder de curar (pesquise: O poder do perdão – Dr. Fred Luskin - 2002).
Aprenda a perdoar e buscar o perdão quando se fizer necessário. Ensinar a perdoar também é uma grande virtude, já que muitos de nossos irmãos ainda não compreenderam os humildes mecanismos que levam ao perdão redentor. Pense nisso.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Resolvendo conflitos

Alguns estudiosos e filósofos já defenderam que a evolução se faz através de conflitos.

Karl Marx (Londres, 1818-1883) foi o fundador da Doutrina Comunista Moderna, e entre outras, a "Teoria do Conflito", a qual prediz que as organizações sociais e a suas mudanças se baseiam em conflitos.

Já Sigmund Freud (Áustria, 1856 - 1939), é considerado o pai da psicanálise, e entre outros assuntos, defendia que o caráter humano, ou seja, a identidade da pessoa, como conhecemos, é basicamente formada por conflitos internos, aos quais se depara durante a existência, moldando-o conforme supera esses conflitos (dúvidas, medos, desejos, etc.).

Seja de uma forma ou de outra, encontramos aqui duas verdades. A primeira é que realmente vivemos em sociedade, tanto a familiar, como nas comunidades urbanas. A segunda é talvez a mais relevante: realmente somos seres conflitantes.

Os conflitos são normais, desde que as vontades pessoais não se tornem egoístas ao ponto de prender ou suprimir as necessidades alheias.

É comum queremos que os outros façam as coisas da maneira que desejamos, por acharmos que é a melhor forma. Nem sempre é assim.

Outra característica do conflito é o fato de não aceitarmos as contradições. É também comum sentirmos o ego ferido em muitas situações.

Com isso, por vezes acabamos criando ilusões que mais tarde geram mais problemas, sempre maiores e muitos, de ordens psicológicas (mais conflitos).

Somos seres individuais (muitas vezes individualistas), porém, podemos dizer que fomos projetados para viver em sociedade. Devemos nos valorizar e valorizar uns aos outros porque somos portadores de virtudes que, quando somadas, formam o conhecimento, logo todos aprendem com todos.

Também é comum desejarmos que “Fulano” ou “Sicrano” aja da forma que a sociedade já comprovou ser a melhor para determinada ocasião, ou momento da história, mas na prática não é bem assim que funciona.

A capacidade de aprender e de aceitar é diferente em cada ser. Logo o que já está claro e comprovado para uma parte da sociedade, ainda se encontra obscurecida em outra.

Habitualmente, todos aprendemos de uma forma ou de outra, e em momentos diferentes, como na parábola da semente que encontrou o solo fértil para germinar.

Por conta disso, é comum ouvirmos que “como pode Fulano ser tão jovem e ter uma mentalidade tão madura”. E vice e versa.

Para viver bem, é necessário que aprendamos a respeitar antes de tudo as diferenças, mesmo que por ora não as compreendamos.

Antes de nos declararmos diferentes, deveríamos declarar-nos iguais.

Iguais no sentido de que todos somos seres humanos. De certa forma ainda imperfeitos, mas todos dotados da capacidade de aprender, mesmo porque, o aprender é constante.

Todos somos fontes de conhecimentos e mesmo quando individualistas, trabalhamos para um progresso em comum, pois observando como age o individualista, aprendemos como é necessário haver comunhão.

É válido conflitar, mas, torna-se um mal propósito quando isto impossibilita o ser de algo que lhe é fundamental: A capacidade de aprender.

Antes de tudo, lembremos que o bem comum, é sempre o melhor bem.