sábado, 30 de outubro de 2010

As Sementes

A vida moderna tem suas exigências. Por vezes somos forçados a adotar certos padrões de vida, impostos ou não, e às vezes é necessário se questionar:
Que é feito da minha identidade?
Como realmente sou?
Como ajo e o que penso?
Talvez para uns sejam questões fáceis de responder e para outros, mais difíceis.
Como anda seu padrão de pensamentos? Dá valor as coisas sérias, ou às coisas vulgares? Quem é você diante do espelho?
Chamamos tudo isto de reflexão!
Quando nos avaliamos, passamos a nos conhecer melhor. É nesses momentos que descobrimos em que dar prioridade em nossas vidas.
Não discutiremos isto com maldades, pois já provamos sermos todos puros de coração (ironia?).
Mas, só para motivo de aprendizagem, repararemos que existem aqueles que talvez nunca, ou de forma mais demorada encontrem todas as respostas para as questões acima, porque gastam tempo demais processando futilidades.
Cremos, todos já ouvimos aquele dizer: “É por isso que o Brasil não vai pra frente!”.
Mas, que tem uma coisa haver com outra? Tem tudo!
Somos todos responsáveis por nossos atos. É comum empregarmos parte de nosso tempo (parte considerável, diga-se de passagem) fabricando maledicências e, também com outros assuntos fúteis. Às vezes nem nos damos conta disso.
E como é triste perdermos tempo comentando a vida alheia: “_Vê, Fulano sai com Fulana!”, ou: “_Olha como se veste mal!”, ou ainda: “_Com é chato!”, sem contar nas tiras de sentido sexual, etc.
Às vezes faz até lembrar aquela outra história: “_Sicrano é tão bonito, mas quando abre a boca...”.
O mais triste é que para muitos, isso dá prazer!
A maledicência é terreno estéril, onde nada se produz. É uma espécie de adultério, onde cedo ou tarde, uns traem os outros.
Sempre refletimos sobre o quanto a humanidade é jovem. Dependendo do ponto de vista, talvez tenhamos uns 20.000 anos de existência. Desses, certamente uns 8.000 anos vivendo em sociedade. Há 2010 anos passados, nossas mesmas maledicências crucificavam homens.
Por ironia ou não, o melhor deles morreu de braços abertos, convidando-nos para seguir o caminho santo por Ele preparado.
Hoje lembramos vagamente de tudo isso, quando deveríamos lembrar que a responsabilidade, é sempre nossa.
Com diria Arnaldo Jabor: “_Agora não adianta querer tapar o sol com a peneira!”.
Carregamos conosco, mesmo sem se dar conta, esse sentimento de responsabilidade, esse parentesco espiritual que nos torna irmãos. Isso nos torna responsáveis uns pelos outros.
O tempo que perdermos lançando as sementes da maledicência nos terrenos estéreis de nossas almas, são as sementes que deixamos de plantar em solo fértil, garantindo a tranqüilidade do amanhã.
Não precisamos nos desesperar, querer mudar da água para o vinho e da noite para o dia. Isso é um processo lento. É o caminho certo que muitas vezes deixamos de seguir, mas que em algum momento deveremos iniciar.
Que todos possam ter uma boa reflexão.
 

sábado, 23 de outubro de 2010

O Princípio da Culpa


Por milhares de anos, desde que o homem passou a constituir a vida em sociedade, houve a necessidade de se manter a ordem.
Sempre existiram aqueles indivíduos que se sobressaiam aos outros evidenciando suas virtudes, boas ou más.
 Era comum os bons se tornarem lideres e à eles eram incumbidos de estabelecer a ordem e fazer prevalecer a justiça.
Em paralelo a isto, surgia o sentimento de culpa: se era necessário fazer justiça, logo deveria haver um culpado pelas injustiças cometidas.
Posteriormente e não necessariamente nessa ordem, vieram os sacerdotes. Naquela época, muitos eram o que consideramos hoje como pagãos, mas, em muitos  já haviam brotado a Centelha Divina, e era comum julgarem sob os pretextos da igualdade, da fraternidade, do amor ao próximo e sob as leis do bom relacionamento, sempre visando reparar as faltas cometidas com justiça, e era comum os acordos terminarem sendo celebrados em grandes festas, simbolizando o entendimento, a amizade e a paz.
Desde aqueles tempos, os homens ainda lutam para permanecerem na vida social com dignidade, como da mesma forma as sociedades têm seus bons e maus elementos e inevitavelmente, todos nós carregamos um pouco do sentimento de culpa, por termos feito isto ou aquilo, ou em muitos casos, não termos feito nada.
Partindo deste ponto, podemos entender que a verdadeira culpa esta nos atos cometidos com maldade e intencionalmente.
Já não somos mais tão inocentes assim. Agimos conforme o nosso livre arbítrio (livre arbítrio é a liberdade de escolhas). Sabemos o que lesa ou não ao outro. Sabemos quais palavras agridem. Sabemos o que fazer.
Nossas atitudes já não podem ser comparadas as da criança ingênua, que age conforme a curiosidade. Não somos tão inocentes assim.
Conta-se em uma história que Confúcio, um sábio oriental, foi procurado por um homem que lhe confessara ser ladrão de galinhas. Roubava quarenta galinhas todas as noites, mas dizia-se arrependido e pedia conselhos para mudar.
Confúcio se compadeceu da atitude do homem e advertiu:
_Sabes que nossas leis são severas. Sua pena seria de quarenta chibatadas. Contudo, vá para casa e ore por seu perdão. Desista desses atos e encontrará a salvação.
O Homem ao sair da presença de Confúcio, resolveu acatar os conselhos, mas faria do seu jeito. A cada dia roubaria menos, até parar de vez. E assim fazia.
A cada dia roubava menos, sempre orando, conforme o conselho recebido, até que certa noite foi preso. Acabou por morrer esvaído numa poça de sangue, ante as quarenta chibatadas recebidas.
Jesus Cristo foi mais direto: _Vá e não peques mais!
Reflitamos um pouco: onde encontramos, ou melhor, onde escondemos nossas culpas? Seguimos sem pecar? Seremos pegos na madrugada de surpresa e daremos conta das quarenta chibatadas?
Somos os melhores juízes de nós mesmos! Só há um jeito de nos livrarmos da culpa, e é, não tê-las!
As questões do mundo, certamente serão julgadas pelas leis do mundo, mas, os julgamentos morais, antes de tudo, cabem a cada um de nós fazermos.
Não se pode deixar para o amanhã as atitudes que santificam hoje.
O melhor jeito de evitar a culpa,  é sempre evitar fazer o mal.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Caminho da Paz


O que nos falta para encontrarmos realmente o caminho da paz?  
Há séculos o homem vem se debatendo, buscando suprir suas necessidades físicas e materiais. Já foram muitas as conquistas em todas as áreas do conhecimento. Já evoluímos também suprindo a maior parte das necessidades materiais.
Já fomos ao espaço e fazemos grandes viagens em torno do mundo através de nossos terminais de computador, na velocidade do clique na internet. É a era do conhecimento.
Mas, com tudo isso, ainda nos falta a paz. Não só a paz no mundo, mas também por vezes, a paz interior. Nossos conflitos pessoais, ou seja, nossas inquietações, medos e angustias, nos levam a verdadeiros campos de batalha em nosso interior, transformando as nossas mentes e o jeito de agir e de pensar.
Sendo assim, o que nos falta para encontrarmos realmente o caminho da paz?
Um dia, um grande Mestre que viveu entre nós, nos disse que “bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”.
Mas que pobreza espiritual é essa? Será que as pessoas são demasiadas ricas espiritualmente?
Não somos! O Mestre falava da humildade!
Os grandes cientistas, sempre tiveram suas teorias. Muitas delas eram ou são contra nossos desejos, nossas crenças e até mesmo contra as Leis Universais.
Eis que aí estão as verdadeiras essências nas palavras do mestre: a falta da humildade.
Por vezes também somos detentores “das verdades do mundo”, nos sentimos superiores, não reconhecemos que por mais que saibamos, sempre existe muito mais que ainda desconhecemos. Mesmo assim, a consciência nos auxilia chamando a atenção para as verdades por bem ou por mal, e nossas vaidades têm de ser deixadas de lado e descobrimos que muito pouco ainda sabemos.
Dentre todas as dificuldades do aprimoramento humano, a vaidade e o orgulho são os que mais nos afastam do Caminho.
O orgulho nos impede de melhorar porque fala mais alto do que as nossas verdadeiras necessidades. Às vezes ele nos “diz” ou nos “faz” sentir inferiores se fizermos isto a ou aquilo, ou se aceitarmos isto ou aquilo. Nunca queremos perder, e por vezes deixamos de ganhar.
O homem sempre teve olhos para as coisas volumosas, as que fazem barulho e que chamam a atenção, e deixamos de lado as coisas pequenas e simples. Por vezes, há respostas que só encontramos no intimo de nossa alma e que nos libertam das amarras que nos impedem de chegar ao progresso moral, ou seja, o melhor que podemos ser, enquanto pessoas.
Não se trata de condenação, mas sim de se reavaliar os  nossos valores morais.
Aquele sábio Mestre fez questão de andar e falar junto aos mais humildes, e eles andavam em seu redor, porque em suas palavras matavam a sede espiritual, reavivando as esperanças e a certeza da salvação, reconhecendo o caminho da paz nas coisas pequenas e simples, como “amar o próximo como a ti mesmo”.
O caminho da paz talvez esteja na capacidade de aceitarmos que somos pequenos, que precisamos uns dos outros, que existem ainda coisas que desconhecemos, e que fazem parte da criação e que no tempo certo nos serão revelados. Que por isso mesmo, não nos cabe duvidar e sim aguardar com humildade.
Repelindo-os, talvez os sabores nos sejam amargos, com no passado foram para aqueles que criam que o mundo era chato e que os aventureiros cairiam em suas bordas, ou para aqueles que criam que a terra era o centro do universo, e hoje sabem, que somos apenas um ponto insignificante, diante das grandezas do universo, e até mesmo para aqueles cientistas que negavam a existência de Deus, e que hoje tomam consciência de que pouco sabem e que realmente sem a existência de Deus, nada seriam possível de se explicar no universo.
Enfim, “bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Palavras


Em outra oportunidade, mais precisamente no artigo “Você, o Pensamento e Física Quântica”, vimos que as nossas atitudes refletem de forma negativa ou positiva em nossas vidas. Por meio de testes científicos constatou-se que as palavras “têm poder”.
Pois bem, partindo deste ponto, devemos sempre refletir antes abrirmos nossas bocas, medindo as palavras.
Infelizmente, ainda encontramos por ai àqueles que, abrindo a boca, parecem ser verdadeiros portadores de desgraças. São tantas as queixas, as lamentações e as acusações, que chegam a repelir quem esteja por perto.
Inconscientemente, por agirem assim, acabam atraindo para si, todas as mazelas que saem profetizando.
Uma vez o Cristo disse que “o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca”, comprovando a idéia que estamos refletindo, comprovação clara nesse sentido.
De forma singela, Jair Presente retrata isto em seu poema “Vitória do Amor”, no livro “Palco Iluminado” (Editora GEEM – 1988).
Resumindo, o poema conta a história de um casal cuja mulher não podia engravidar. Por conta disso, por intermédio do marido, vieram a adotar a filha recém nascida de uma ex-empregada, que a entregava por não ter condições financeiras para sustentar a criança.
A mãe do esposo, pessoa de posses e dona de grande arrogância, condenou a atitude do casal, alegando não aceitar deixar sua herança para uma criança que não possuísse o sangue de seu sangue (o orgulho falando alto), chegando mesmo a rogar pela morte da jovem criança.
Depois de um tempo, a menina passa a definhar e aparecem graves feridas pelo corpo, algo que os médicos não podiam explicar, nem dar a cura.
A mãe desesperada, e reconhecendo nas palavras da sogra, a verdadeira causa da doença, depois de falar com o marido, resolve inventar que o bebê é filho dele com a ex-empregada, a fim de mudar a opinião da sogra.
Depois de ouvir a história, a sogra taxa o filho de “sem vergonha”, mas muda de opinião, reconhecendo a menina com neta legitima e portadora das qualidades da família.
Depois de pouco tempo, como que da noite para o dia, a criança reage, amparada pelos estimulas da mãe e da avó, ficando boa em pouco tempo.
Tempos depois, consternado pela atitude da esposa, o marido confessa a ela que realmente tivera a criança em adultério com a empregada. A esposa não esboçou muita surpresa, e acaba por perdoar-lhe a falta cometida, agradecendo a Deus pela oportunidade de ser mãe.
A história é singela, mas demonstra bem o poder que empregamos nas palavras. Somos ao mesmo tempo, construtores e destrutores, conforme nossa vontade, mas sempre responsáveis pelos atos cometidos.
Infelizmente, há àqueles que só reclamam da vida, rogando pragas, perdidos em lamentações intermináveis. São criadores de suas próprias dores.
Muitas vezes deixamos nos levar pelo pessimismo, esquecendo de algo fundamental para se vencer: a FÉ.
A verdadeira fé liberta, porque leva ao raciocínio, não nos permitindo trocar o certo pelo duvidoso, não nos deixando vacilar. A fé nos aproxima do Criador, e por conseqüência nos livra dos tropeços do caminho. Quem tem fé, sempre segue, mesmo quando o fardo parece ser pesado.
Uma vez, um grande mestre possuía um aluno. Um dia o aluno faltou à aula perdendo os ensinamentos do dia. O mestre intrigado resolveu ir à casa do seu pupilo, a fim de ver o que havia acontecido, encontrando-o em sentado em uma cadeira.
Por ter estrabismo (é quando há perda do paralelismo entre os olhos. Popularmente as pessoas com estrabismo são chamadas de "vesgas") no olho direito e este amanhecer doendo muito, queixou-se ao mestre, depois de ser questionado por não ir ao estudo:
_ Não vês que meu olho direito esta doendo muito? Como posso estudar assim?
O mestre parou diante das reclamações do jovem, e antes que pudesse se comover com o discurso melancólico. Perguntou:
_ E o que faz o lho esquerdo, que não pode usá-lo para estudar?
Resumindo: A gravidade dos problemas, está na importância que damos para eles!
As vezes perde-se muito tempo se queixando dos problemas, e muito pouco tentando resolvê-los...

sábado, 2 de outubro de 2010

Espelhos

Já foi dito: “conhece-te a ti mesmo”. Esta afirmação leva-nos a refletir sobre seu verdadeiro sentido, o sentido do espelho, ou seja, o da reflexão. Logo, a afirmação convida-nos a fazer uma reflexão de tudo o que nos acontece e de tudo o que fazemos acontecer. Você já parou pra pensar que, hoje somos cerca de nove bilhões de pessoas no mundo, mas que por algum motivo, você nasceu neste país, talvez nesta cidade onde vive, em sua família e se adaptou ao seu meio social, onde adquiriu vínculos de amizade e de profissão? Parece tudo muito simples, mas há de se admitir que exista alguma Força Superior regendo tudo isso e, se existe uma Força Superior, existe também uma Causa Superior: sua evolução, através da convivência, podendo ser a evolução moral, intelectual ou espiritual. Podemos dizer que tudo que acontece em nossas vidas estão co-relacionadas por algum motivo, e em especial, pelas afinidades. Logo, seu circulo de amizades, o emprego a sociedade em geral, existem por afinidades, em maior ou menor grau, como por exemplo, num jogo de futebol, onde os atletas se encontram por gostar de jogar bola, ou nas tendências da moda, onde certos padrões de roupa são admitidos, por serem tidas convenientes para aquela estação, acabando por trazer certa paridade na forma de se vestir. Em se tratando aqui do aprendizado que leva a evolução, acabamos sendo espelhos, onde um reflete as igualdades dos outros. O problema é que nem sempre o que vemos refletido ou o que refletimos, pode ser dito como agradável, provocando assim certo rebuliço, revelando nossas tendências egoístas (segundo o D.A.L.P; egoísmo é o amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios). Todos já ouvimos aquele ditado popular que diz que “o que me incomoda nele, e o que vejo que há de ruim em mim”, e, sim, geralmente o que nos incomoda nas pessoas, são os mesmos defeitos que temos, e que não admitimos publicamente, por não sermos consciente dessa realidade ou por sermos egoístas mesmo. Mas calma lá que a intenção aqui não é a de ofender. Quando nos depararmos com essas situações, o que se deve levar em consideração, admitindo que nada aconteça por acaso, temos então de buscar o verdadeiro sentido disto, que: é aquela mesma Força Superior nos dizendo onde devemos melhorar. O problema aqui é saber reconhecer isto, antes que o sangue nos suba à cabeça, levando-nos a perder as estribeiras. Lembre-se que sendo espelhos, sempre seremos levados a refletir dos outros as tendências que pertencem aos outros, os incomodando, quando for o caso e, alegrando-os, conforme for as suas tendências, boas ou más e também os outros vão refletir a nossa imagem da mesma forma, que é justamente a melhor maneira de aprendermos a nos reconhecer como verdadeiramente somos em nosso interior. O ego entra nessa história da seguinte forma: _Imagine que alguém lhe ofende dizendo que você é uma pessoa feia. Você se ofendeu porque seu ego disse que você “tem beleza”. Se o ego disse isso, e o ego não considera as “qualidades alheias”, quando lhe disseram isto, não quer dizer que você realmente seja feio, mas, foi um jeito que a Vontade Superior encontrou de dizer à você, que você não é o único que possui beleza ( IoI entendeu?). O egoísmo com o sentido de “posse” logo faz com que você se sinta dono de algo (que as vezes nem possui) e geralmente, que a sua consciência criou, e quando alguém tenta “tirar” isso de você, você se ofende, porque fica com o sentimento de perda. “_ Então não posso ter beleza?” O exemplo usado foi o da feiúra, mas é muito mais do que isso. Aprenda a “ser” em vez de “ter”, pois quando se tem algo, pode lhe ser tirado, mas quando se “é”, torna-se impossível deixar de ser. Podemos aliar a isto, o sentimento de caridade, de amor ao próximo, que são os verdadeiros motivos de nossas existências. A confiança nessa Vontade Superior, à Deus, aliados a nossa benevolência, é que são as verdades que devemos refletir: seja bom em vez de ter bondade, seja feliz em vez de ter felicidade, seja humilde em vez de ter humildade... Esses são os melhores reflexos que podemos mostrar diante do espelho.