quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo


Enfim, mais um ano se vai, deixando para trás muitas lembranças, algumas boas e outras inevitavelmente más.
Não importa qual seja o cenário, se mundial, o da pátria ou local, a certeza é sempre a mesma, uma vez mais conseguimos!
Lembraremos com muito carinho daqueles que Deus em sua infinita bondade, convidou a retornarem à pátria celestial.
Para nós que ficamos, restam muitas outras certezas, mas a maior talvez seja a de termos ainda muito trabalho pela frente.
Como diria a saudosa canção, seguiremos: “braços dados ou não!”.
Seguiremos, levando e levantando está nação divina, cada um a sua maneira dentro de suas possibilidades, pois o trabalho nunca cessa e é inevitável.
Enquanto houver fome e dor seguiremos. Enquanto existir o preconceito e a intolerância e as lágrimas não derem lugar à alegria, seguiremos, pois ainda haverá muito trabalho a fazer.
Trabalharemos muito ainda para que levantemos muitos irmãos de nossa pátria amada que hoje estão de barriga vazia as mínguas por não ter o de comer.
Por aqueles que têm fome de saber, fome de justiça e de moralidade!
Trabalharemos enquanto todos não aprendam a se dar as mãos e não saibam ainda que um abraço seja mais do que se dar carinho, saber abraçar, é saber unir.
Teremos de trabalhar para que muitos ainda saibam que o ideal não é estar nem acima ou abaixo. O ideal é sermos iguais.
Trabalharemos muito ainda, junto aqueles corações endurecidos, preparando o terreno para que recebam as sementes santificadas do amor.
Ensinaremos a muitos que às vezes, diante das tempestades do mundo, o melhor que se faz é se recolher e esperar pela calmaria.
Para que muitos saibam que na guerra a única certeza, é de que se terá apenas dor.
Que não basta apenas cuidar, mas que dar amor e exemplo é essencial.
É preciso ensinar a muitos, que unir forças e se dar as mãos, ainda é o melhor caminho.
Que a única certeza para o orgulho e a vaidade é uma vida de solidão e uma morte amargurada e cheia de culpa.
Temos que ensinar a muitos que quem cala consente, mas que consentir muitas vezes é deixar que o pior aconteça e a cumplicidade é inevitável.
Finalmente trabalharemos para que todos compreendam que nunca realmente se importa por quais caminhos caminhemos, desde que trilhados com amor e devoção ao próximo, mesmo que pareçam tortos aos olhos do mundo, sempre serão retos e nos levarão a Deus.
Enfim, que 2010 se vá e que venha 2011.
Sempre desejando a todos um feliz ano novo repleto de paz, saúde, muito trabalho e principalmente, Deus em nossos corações.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Será Verdade?


Às vezes os homens tentam serem os donos da verdade. De certo ponto é até normal, isto denota vontade de aprender.
Diz uma lenda que a verdade era como um espelho. Por inteiro, quem quer que se achegasse diante dele, podia ver toda a verdade. Mas um dia o espelho caiu e se partiu em milhares de pedaços.
Qualquer um que passasse e pegasse um pedaço do espelho, julgava mais tarde ser o dono de toda a verdade. E assim foi.
Bem, isto não parece ser bem uma lenda e se aplica a tudo, e ainda hoje a verdade se encontra dividida, sendo interpretada sempre sob ótica de quem observa a fração do espelho.
Isto também se aplica a fé dogmática (e que ninguém queira me crucificar por causa disto), pois no curso da história o homem conseguiu “dividir” até mesmo Deus.
No principio o homem evoluía em meio à natureza e observava a força dos elementos: o fogo, a água, a terra, o ar, o sol e a lua e julgavam serem estas forças superiores a quem deviam temor e respeito.
Observando, viram que tudo em sua volta tinham um nome, então chamara a estas forças superiores de deus.
E assim, na medida em que os homens iam se multiplicando, iam formando novas comunidades e sabiam da importância de ter um deus que os protegesse. Então cada tribo passou a ter o seu deus particular.
Mais tarde, talvez levados pela cobiça e pelo fanatismo que esses deuses causavam, passaram a competir entre si, sempre sob a sua tutela. O deus mais forte vencia e escravizava o deus mais fraco e o seu povo.
Depois de muito tempo os povos foram se reagrupando em comunidades maiores, por necessidades, e a idéia de que existia apenas um Deus superior tudo foi ganhando forma.
Surgiam assim, novas e promissoras nações e seus países, e cada país possuía então um deus. Nesta fase, além de protetor, o deus era nacionalista.
O Deus verdadeiro, deveria pertencer então àquela nação, e mais uma vez os povos brigavam entre si, protegidos mais uma vez pela bandeira do seu Deus superior (Lembra 11 de setembro??? Talvez!).
Ainda insatisfeitos, passaram novamente a brigar entre si o próprio povo e em seus próprios países, pois cada um queria novamente ter Deus para si.
Agora, pequenos grupos se formavam novamente em comunidade de idéias, erigindo templos cheios de esplendor, onde só se poderiam encontrar o Deus da salvação ali, pois a verdade estava ali.
Então um dia veio um homem e explicou:
“_Filhos... Que fazem? Isto não pode ser, porque o verdadeiro Deus não é nem meu nem seu. Deus é o NOSSO Pai!
_Deus não castiga nem absolve ninguém, Deus é apenas justo, conforme as sua obras...
_Não faz distinção alguma, pois sob Seus olhos, somos todos iguais! Somos irmãos e devemos nos amar e mar os nossos inimigos e fazer-lhes o bem, como gostariamos que assim fosse conosco.
_Deus não tira nem dá a ninguém, Ele apenas pede que repartamos com os nossos irmãos menos afortunados...
_Não castiga, NEM impõe doenças, mas pede que nos preservemos no caminho reto e que se necessário, limpemos as feridas, que alimentemos e que agasalhemos a quem precisa e que por má ventura tenha caído.
_Deus não pede nada além do nosso amor e respeito, porque ELE TUDO TEM!
_ Não podeis vê-Lo ainda, porque sois ainda muito pequenos, e Ele, Ele é imenso, maior do que a terra e o sol, maior do que o universo e com seu amor infinito, governa a tudo!”
É! Ao que tudo indica, a verdade estava com aquele homem.
Cabia aos homens apenas tê-Lo ouvido e compreendido.
Pensando bem, é verdade! O mundo mais uma vez precisa mudar!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Ansiedade


É comum que às vezes passemos boa parte de nosso tempo pensando em problemas e sofrendo com a ansiedade, e esta, pode ter origens diversas.
A ansiedade costuma nos deixar impacientes e gera tensões desagradáveis ao nosso organismo.
Muitas vezes têm origem em nossos desejos de vencer, como por exemplo, passar em um vestibular, nas entrevistas de emprego, nos relacionamentos amorosos e em muitos outros casos.
Também têm origem nas consequências dos atos que praticamos e nesses casos a própria consciência pode cobrar-nos os ajustes necessários.
Porém, reflexão é fundamental nesses momentos. A ansiedade sempre deve dar lugar à razão. É preciso saber buscar a origem do problema.
Cristo aconselhava oração e vigília.
De certa forma, pretendia alertar sobre certos padrões de pensamentos que são nocivos a nossa saúde, e a ansiedade com certeza é uma delas.
Além disso, paciência aliada ao conhecimento é uma virtude que abre muitos caminhos, e geralmente os momentos de oração, são momentos em que nos pomos em reflexão e introspecção, são momentos de autoconhecimento.
Quanto em ajustar a saúde, podemos observar de duas maneiras diferentes:
Na 1°, temos o sentido religioso: Quando oramos ou meditamos, entramos num estado de ligação com o Divino, sendo inspirados e motivados a encontrar a melhor resposta para os problemas, saindo assim do estado de ansiedade que nos encontrávamos.
A oração conforta.
No 2°, temos o lado clínico . A oração ou meditação, leva o individuo a um estado mental diferenciado, onde as consequências são a liberação de certos hormônios no cérebro que provocam outras reações químicas, levando ao relaxamento, e por assim dizer, processamos melhor as informações que possuímos e encontramos a melhor solução para determinado problema.
Seja pelos mecanismos da fé ou da ciência, é preciso saber que sempre há uma força superior a nos reger e que muitas vezes não compreendemos, e justamente por isso, passamos a um estado mais ou menos agudo de sofrimento.
Processos de culpa podem também causar as ansiedades.
Então se livre deles o quanto antes!
A culpa é apenas uma ilusão que nos foi ensinada e repassada durante os séculos como forma de dominação.
Lembre-se que antes de tudo, somos seres humanos, e como seres humanos estamos sujeitos a errar, e se erramos, é porque estamos aprendendo ainda.
Para entender melhor, basta fazer uma comparação com os ensinamentos que tivemos na escola em nossa formação. Lá quando errávamos, repetíamos o processo de aprendizagem, até que aprendêssemos. Logo não existia culpa.
Da mesma forma é na vida. Como podemos ser culpados, se ainda não havíamos aprendido a lição? Logo, estamos sempre aprendendo com nossos desacertos, mas nada que possamos chamar de culpa.
Ansiedades, angústias ou processos de culpas?
Seja qual for o caso, a oração e a vigília sempre serão uma boa maneira de se encontrar as respostas para os problemas que nos afligem.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O Presépio


O sol apareceu vigoroso naquela manhã de dezembro. Os moradores da pequena cidade de 20.000 habitantes estavam frenéticos em meio aos preparativos de natal. Motivados por um concurso local, todos montavam seus presépios e enfeitavam as árvores, a fim de ganhar os prêmios.
De pequenos e humildes, a grandes, suntuosas e coloridas, as árvores e os presépios iam dando novo ar a cidade, relembrando a cena da data em Belém.
O mês passou acelerado e nas datas previstas, pequena comitiva de cinco juízes, ia de casa em casa nos endereços inscritos para julgarem os diferentes requisitos. No dia 22, a comissão parou em frente a uma casa de porte médio as margens do centro, por volta das 18 horas.
O pequeno grupo parou estarrecido diante da cena que presenciavam.
_Não é possível! Exclamou um deles meio sem jeito – Deve haver algum engano.
Conferiram o endereço e a numeração estava correta. Perdidos em meio à confusão e a surpresa, um deles resolveu tocar a companhia a fim de obter explicações.
Dentro de instantes, ouviram-se passos e a porta abriu vagarosamente, dando vistas para uma senhora de cabelos grisalhos e bem presos, e de adorável feição, demonstrando gentileza nas palavras, atendeu:
_ Olá, em que posso ser útil?!
Embaraçados, a comitiva pôs-se a explicar a situação, informando sobre o engano.
... _ E, aqui chegamos, e não encontramos nada! Nem árvore ou presépio e, nem luzes!
_ Mas, não há engano algum! Disse a senhora, com doçura, deixando os juízes mais confusos ainda. Passou a explicar em seguida, enquanto os conduzia por longo corredor ao lado da casa, depois de convidá-los a entrar.
_ Há muito tempo fiquei viúva e sozinha, já que não pude ter filhos. Então, em vez de me entregar a dor e ao sofrimento velado, resolvi gastar o tempo de meus dias em algo que me completasse. Possuía na época algum dinheiro extra. A casa passou a ser grande demais para mim...
Neste ponto chegaram aos fundos da residência que dava lugar a espaçoso terreno e uma construção mais ao fundo.
Dentro, era possível ver pelas grandes janelas, duas jovens senhoras e cerca de duas dezenas de crianças em diferentes idades, preparando-se para o que parecia ser o jantar.
_Quando vivo – continuou – meu marido trabalhava ali naquele galpão como marceneiro. Quando partiu, reformei-o por inteiro, a fim de evitar a nostalgia. Transformando-o num refeitório, e, a casa, embora não fosse muito grande, possuía 6 quartos. Então comprei beliches e transformei em dormitórios e a cerca de cinco anos, têm sido o lar dessas crianças que resgato das ruas. Porém, sendo idosa – continuou – e com os recursos escasseando, vi o anúncio da premiação e resolvi participar, afim de tentar ganhar algum dinheiro que pudesse ajudar na manutenção deste lar.
Todos sentiram os corações amolecerem com a história, ao mesmo tempo tão triste e tão feliz daquela mulher.
Porém, havia um problema:
_ Mas, senhora – tomou frente um dos juízes, meio acanhado – Não há enfeite algum aqui, e a premiação, é para os melhores arranjos!
Terminou a fala de cabeça baixa, temendo o constrangimento.
_ Como não!? – respondeu sorridente – Vejo que não compreendes bem, nem o sentido do natal, nem aos meus arranjos meu filho.
Disse de forma suave, apontando com o queixo rosado.
_ Veja, o meu presépio, são este refeitório e esta casa abençoada que acolhem os pequeninos desprotegidos, como a estrebaria a manjedoura de Nazaré. Se quiseres ver, não por falta de uma, mas, temos várias árvores, que embelezam nosso lar, não só no natal, mas também o ano todo.
Todos observavam admirados, o zelo com que se mostrava bem cuidado o quintal e as flores.
_Quanto às luzes, observem...
Continuou sorridente. Parados ante cena comovente, os juízes observavam que dentro do refeitório, com o auxilio das duas jovens senhoras, todas as crianças de mãos postas, oravam a Deus agradecendo pelo alimento, e pela nova oportunidade recebida.
_Pena que não possamos ver. Mas aposto que neste momento, do céu vem milhares de pequeninas luzes, indo de encontro aos corações dos pequeninos, transformando-os em pequenas estrelas aos olhos do Criador.
Sem ter como duvidar e comovidos pela cena, depois de explicarem a situação aos organizadores, todos concederam os prêmios aquela pequena instituição de caridade, num gesto de amor, caridade e humildade.
E assim, todos os anos, a cidade ainda se enfeita, mas em vez de distribuir prêmios, todos agora se ajuntam, unindo forças e fazendo arrecadações de presentes para as crianças.
Em outros momentos, ajudando de alguma outra maneira, aquele que se transformou num local de esperança e de caridade para os  pequeninos, resgatando assim o verdadeiro sentido do natal – o amor.
Adamastor  – Wand B.