quarta-feira, 30 de março de 2011

Sofrimentos


Registra-se atualmente, um grande interesse da humanidade principalmente no meio científico, de se entender no homem, os processos que desencadeiam as doenças.
Por incrível que pareça, as velhas causas continuam sendo as mesmas já constatadas: viroses, distúrbios orgânicos e psicológicos – os psicológicos (ou doenças da alma como dizem alguns) tem tido uma maior relevância em relação aos outros na atualidade, onde muitas vezes os conflitos pessoais são causas diretas de muitas outras doenças graves.
Mas, o que tem mudado realmente são os meios pelos quais são encontradas as curas.
Notou-se que elas se dão com mais eficácia principalmente quando os indivíduos sofredores se predispõem a melhorar. Para que isso aconteça, por vezes uma reforma íntima da conduta é necessária e a confiança na melhora torna-se indispensável.
Constatou-se que a maioria das pessoas, cujos tratamentos não surtiram muitos efeitos, são por assim dizer, extremamente dotadas de uma autopiedade – sentem e desejam que os outros sintam uma pena exagerada por suas dores.  
Alguns estudo demonstram que nestes casos, os pacientes anulam até mesmo os efeitos dos remédios aplicados nos tratamentos.
Em especial, não há como não lembrar do ex-vice-presidente José Alencar e tomarmos como exemplo a sua luta contra o câncer. Que dizer de seu exemplo de superação e otimismo? Só assim conseguimos explicar a sua vitória ante a doença.
Dizem que na doença, a atitude mais digna é sentir dor e optar por não sofrer.
Uma vez perguntaram ao Chico Xavier, como ele se sentia tendo o olho tão enfermo, se isso não lhe causava dor ou sofrimento. Ele prontamente respondeu sorrindo: O meu olho está doente, mas o meu espírito está ótimo!
Os pessimistas vão dizer: Uéh! Mas o ex-presidente morreu...
Mas, será que só o fato de ter superado a doenças durante mais de dez anos, sempre estampando um sorriso no rosto e afastando de perto de si as lamentações e o pessimismo, já não é de se considerar uma grande vitória?
Pode ter partido sim, mas creio que verdadeiramente, de causas naturais, ou como dizem muitos: chegou à hora Dele!
Como aconselharia André Luiz: “Aceita as dificuldades com paciência, procurando guardar contigo as lições de que se façam portadoras. Nada acontece por acaso e, embora te pareça o contrario, ate mesmo o mal permanece a serviço do bem. A resignação tem o poder de anular o impacto do sofrimento”.
Inevitavelmente em alguns momentos de nossas vidas seremos convidados às reflexões propiciados pelas dores, sejam emocionais ou corporais.
O mais importante nesses momentos, é buscarmos compreender quem realmente somos, como temos agido e principalmente a forma com que pensamos.
Muitas das nossas doenças estão diretamente relacionadas com a nossa forma de agir e de pensar. Para percebermos isto, basta notar que os estressados, sempre acabam agredindo de alguma forma os seus estômagos, depois de mantê-los sobre grandes pressões emocionais (isto é apenas um exemplo simples).
 Ser positivo é o melhor caminho para a cura, mesmo porque, em momentos assim, de qualquer forma a dor existirá. O que vai diferenciar é apenas o modo que você escolherá para superar esses momentos: com resignação e positivismo ou com amargura e sofrimento.
Lembre-se! A escolha é sempre sua. Inclusive a escolha de melhorar ou não.
Em último caso, opte pelo menos em salvar o seu espírito... :D
   

quarta-feira, 23 de março de 2011

Humildade

 A observação das coisas naturais sempre constituiu verdadeiro aprendizado na existência humana. Necessário é que este habito continue sendo usado sempre, principalmente quando encontrarmos em nossas observações, as lições necessárias para o nosso aperfeiçoamento moral – uma das obrigações do homem sobre a terra.
Quem acompanha com mais frequência os noticiários, tem percebido as grandes aflições por quais a humanidade passa atualmente. Em algumas partes, a natureza tem se mostrado mais agressiva enquanto que em outras, o próprio homem envenena-se por meios de guerras sangrentas e injustificáveis (ou com motivos que não convencem muito) como no caso da Líbia.
Neste caso específico há que se questionar qual o sentimento que move o ditador líbio a cometer tantas atrocidades, e, sinceramente não há como não chegar a uma conclusão: é a falta de humildade!
Mas, aumentando, ou melhor, aproximando o nosso campo de visão, poderíamos observar em nossa vizinhança se por acaso encontramos alguns ditadores da vida, ou para melhor compreendermos, quem sabe, em nós mesmos?
O orgulho é a falta de humildade em nós. Infelizmente parece que cada vez mais, uma parte mais distinta da sociedade tem se voltado para o orgulho. Fechando-se muitas vezes em suas fartas condições financeiras, acabam por lançar-se pelos caminhos da vaidade e do ego, grandes parceiras do orgulho e lamentavelmente perdem grandes chances de espiritualização fechando os olhos para aqueles que necessitam ainda do apoio financeiro, mas, principalmente do apoio afetivo, aquele que eleva a moral e enobrece o homem reconhecendo-o como o bem maior da sociedade e insubstituível.
Se observarmos na natureza, até mesmo a maiores coisas mostram-se humildes umas com as outras. Com o tempo, as montanhas inclinadas e endurecidas se desgastam para formar o solo fértil que produz o alimento e sustenta a vida. Por maiores que sejam os rios, eles sempre se unem para formarem os mares e oceanos. Até mesmo o oceano invisível de ar que nos banha, se divide em porções pequenas para oxigenar a vida. Se observarmos no universo, os sóis são gigantes, mas para aquecer e dar luz aos planetas vão se desgastando lentamente durante os milênios.
Até mesmo entre os homens, o maior e mais perfeito que conhecemos escolheu uma manjedoura simples para nascer, dando desde cedo o exemplo para que o homem pudesse seguir com segurança pela vida: a humildade!
Observando, então descobrimos que muito ainda precisamos mudar. De que adianta os status do mundo, os títulos nobres, os cargos elevados. De que adianta o homem querer estar por cima, se quanto mais alto, maior é o tombo?
Emmanuel esclarece em seu livro “Pensamento e Vida” (Ed. Feeb): “Humildade não é servidão. É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem. Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar (esquecer) todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia...”.
Ser humilde é uma grande virtude que poucos realmente tem. Como todas as virtudes, é algo que cultivamos um pouco mais a cada dia.
Os problemas do mundo não estão na pobreza ou na desigualdade social. Serão resolvidos certamente quando muitos daqueles que são responsáveis por tornar-lo melhor deixarem o orgulho e a vaidade que escurecem suas visões e cederem à humildade.
Mas, antes de tudo cabe a cada um de nós fazermos as observações necessárias e de pouco em pouco podarmos os galhos que dão frutos ruins em nós, dando assim espaço e ares novos para que cresçam os ramos das boas virtudes que ainda nos faltam.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ilusões


Em se tratando do campo dos sentimentos, o homem vive na constante busca de seus ideais e das suas realizações pessoais. Infelizmente, esses processos muitas vezes tornam-se obsessivos e frustrantes quando dirigidos a objetivos equivocados.
É comum que tenhamos nossas ambições pessoais, já que são elas que nos norteiam durante a vida. Mas o problema em si, está na forma que muitos utilizam para resolver os seus conflitos pessoais (emoções, desejos, etc.).
Assim inevitavelmente encontraremos aqueles criarão para si as grandes ilusões da vida.
Ermance Dufaux em seu livro “Reforma Intima – Sem Martírio” (Ed. Dufaux – 2010) define ilusão (...) como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde a realidade. São percepções que nos distanciam da Verdade. Existem em relação a muitas questões da vida, tais como, metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto-ilusão.
(...) As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas (...).
Sendo assim, podemos dizer que as ilusões que criamos são somente para firmar um “eu ideal” que não existe e que representa o papel daquilo que realmente gostaríamos ser.
Para entender como isto se aplica na prática, vamos tornarmos um pouco indiscretos e fazermos algumas observações:
Àqueles que são de alguma forma frustrados com suas situações econômicas, podem valer-se da vaidade dos cortes finos e de grandes marcas, das máscaras das maquiagens e do aromas dos perfumes para representarem um status mais condizente com suas ambições financeiras – mas esquecem-se, por exemplo, que a humildade também é uma grande virtude. Eis ai a grande ilusão!
Há outros que não conseguem sentir-se “amados” se este sentimento não estiver atrelado à outra pessoa. Sempre se julgarão prejudicadas pela falta do amor alheio que não recebem. Muitas vezes se sentirão injustiçadas por não receberem o amor idealizado do pai ou da mãe, do namorado ou da namorada, do esposo ou da esposa, faltará o amor dos filhos, dos amigos, Só há a incompreensão de todos.
Esquece-se neste caso de que não há amor no mundo que seja maior do que o amor próprio. É um dos sentimentos mais básicos que a pessoa deve ter.
Uma pessoa que depende antes de tudo de um amor que não seja o seu próprio, para viver, cria a ilusão de que a sua felicidade dependerá sempre de outros, amargurando-se pela vida e distanciando-se de todos.
Outros há ainda que se entregam a processos de culpas infinitos, como se todo mal vivido ou causado não tivesse remédio diante do arrependimento sincero. Tornam-se pessoas amargas, submissas, conformadas e egoisticamente veladas em um sofrer eterno, onde a Piedade nunca entra.
Eis ai mais uma das grandes ilusões que muitos absorvem quando se esquecem de que sempre é tempo de recomeçar. Para isto, basta apenas a humildade para aceitar-se a si, como realmente se é: ainda imperfeitos, mas constantemente no caminho da evolução moral.
André Luiz dá a receita para uma vida saudável no livro “Meditações Diárias” na mensagem – Evitando Obsessões:
Não deixe de sonhar, mas enfrente as suas realidades no cotidiano.
Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa dominá-las de todo.
Fale tranquilizando a quem ouve.
Deixe que os outros vivam a existência deles, tanto quanto você deseja viver a existência que Deus lhe deu.
Não descreia do poder do trabalho.
Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.
Cultive a perseverança, na direção do melhor, jamais a teimosia em pontos de vista.
Aceite suas desilusões com realismo, extraindo delas o valor da experiência, sem perder tempo com lamentações improdutivas.
Convença-se de que você somente solucionará os seus problemas se não fugir deles.
Recorde que decepções, embaraços, desenganos e provações são marcos no caminho de todos e que, por isso mesmo, para evitar o próprio enfaixamento na obsessão o que importa não é o sofrimento que nos visite e sim a nossa reação pessoal diante dele.
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Observar a origem das nossas ideias e saber endereçar os nossos desejos é fundamental para o cultivo da felicidade, que só depende de nós mesmos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Homem do Futuro


Muitos estudiosos começaram há algum tempo a observar o homem do futuro. Inevitavelmente não puderam deixar de notar que este homem terá como as bases da sua formação, todos os valores morais e intelectuais que transmitirmos as nossas crianças e jovens hoje - no presente.
O mundo tornou-se muito mais dinâmico e competitivo, sem falar na quantidade de informações das quais temos acesso hoje.
É natural que queiramos que tenham uma boa formação profissional e em alguns casos, busca-se ocupar a maior parte do tempo deles com estudos, cursos extras, aulas de musicas, etc..
Por vezes é uma verdadeira maratona que criará seres cansados, desanimados e estressados.
Como consequência, muitos estão se tornando pessoas antissociais e também devido à vida mais sedentária, longe de atividades lúdicas ou esportivas, tornam-se menos aptas a raciocinar e a suportarem os esforços físicos.
Criou-se nestes tempos uma expectativa mórbida de aproximação com relação às chamadas Redes Sociais (sítios como o Facebook, Orkut, Msn, Twitter e outros).
Hoje fazem parte do nosso dia-a-dia e muitas vezes são ferramentas indispensáveis no que tange a comunicação e a informação, como tem se observado nos últimos meses nas tensões ocorridas no mundo árabe.    
Mas, o lado negativo dessas redes sociais é que acabam levando as pessoas a se tornarem menos próximas e menos sensíveis umas com as outras. As relações passaram a ser mais de homem X máquina do que de homem X homem.
De pouco em pouco, senão se observar isto, o que temem os estudiosos, é que se criará uma geração de zumbis, cujas expressões humanas afetivas e mais básicas, e que fazem parte de nossa vivencia, deixarão de existir.
É necessário respeitar a infância da criança como esta fase importante para a adaptação ao mundo e à sociedade. Tanto quanto permitir que ela participe intensamente das tarefas e brincadeiras do dia-a-dia.
Ao contrário do selvagem, que permitia que o filho realizasse muitas tarefas, de um modo geral damos as coisas “mastigadas” para os nossos pequenos.
Importante permitir às crianças tarefas que desenvolvam a sua criatividade e o seu raciocínio. Tudo isso permitirá que eles tenham noção de tempo, espaço, quantidade, nutrição, economia, planejamento, com início, meio e fim das tarefas.
Que a criança estude, tenha atividades fora da escola normal, está bem. Mas todo excesso é prejudicial.
Agindo assim também respeitaremos uma das leis naturais universais, que é a lei de sociedade.
O homem durante os séculos conseguiu sobreviver às dificuldades graças aos agrupamentos que iam formando. Logo, os bandos deram origens as tribos, e as tribos as cidades e as cidades as nações, O principio básico era o de unir forças para que pudessem progredir, adiantando-se uns com os outros.
Refletindo, o homem do futuro com certeza deverá ser melhor do que o homem de agora.
Mais para que isto aconteça, deve se unir esforços para que os encaminhemos de encontro às leis morais e sociais que regem a tudo e a todos.
É necessário que os homens do futuro compreendam desde cedo que sobreviverão apenas pela força da união, pondo em prática os ensinamentos positivos que receberam durante a sua formação moral e intelectual ainda enquanto crianças.

Baseado no artigo: Tarefas construtivistas, de Heloísa Pires – Jornal Correio Fraterno do ABC – 1999.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Os Servos


Quando se é uma pessoa de negócios e muito avarenta, o seu senhor inevitavelmente é a ganância.
Quando se deixa levar pelos vícios de toda sorte, inclusive os sexuais, que muitas vezes levam as traições mais vulgares, infelizmente serve-se, as ilusões.
Se por um acaso, se tornam do tipo vaidoso, cheios de si, desejando que o mundo gire em torno de seu umbigo, pouco se importando com quem esteja ao lado, o seu senhor, é o orgulho.
Se o tipo é o do preguiçoso, oportunista ou acomodado, se são sangue sugas dos mais próximos, tanto da força física quanto da inteligência, estes servem única e exclusivamente a preguiça.
Quando muitas vezes se acham superiores por saberem o que outros ainda não sabem, quando para uns se apresentam de um jeito, quando na verdade são extremamente o oposto do que dizem ou fazem, muitas vezes se comportando como inocentes, sendo eles mesmos os culpados, estes são grandes servos da mentira.
Mas, se por um acaso, estes são pacifistas, se estendem a mão certos de que podem ajudar sempre, e se, quando abrem a boca saem palavras de esperança, se saem palavras amigas e estimulantes, se confortam, cobrindo a nudez e aquecendo o frio, se saciam a fome de quem vive as mínguas, se realmente agem assim, estes só podem ser servos do amor.
A mais bela reflexão que temos disto foi escrita por volta do ano de 55 da era cristã pelo apóstolo Paulo em sua Primeira Carta aos Coríntios, disse Ele:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria.
O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera e tudo suporta.
O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.'' 1° Coríntios 13:1-13 
Torna-se evidente ai a verdadeira força do amor.
Não faz distinção alguma de cor, raça ou credo religioso. Não carrega bandeiras nem tem partido político. 
Aceita a todos pelo que são e não pelo que possuem. Preza antes de tudo, pelo bem estar do próximo. 
O AMOR nada mais é do que um sentimento Divino puro. 
Outras definições confusas partem de mentes humanas obscuras confusas, mas que em nada refletem o verdadeiro sentido do amor.