Em
se tratando do campo dos sentimentos, o homem vive na constante busca de seus
ideais e das suas realizações pessoais. Infelizmente, esses processos muitas
vezes tornam-se obsessivos e frustrantes quando dirigidos a objetivos
equivocados.
É
comum que tenhamos nossas ambições pessoais, já que são elas que nos norteiam
durante a vida. Mas o problema em si, está na forma que muitos utilizam para
resolver os seus conflitos pessoais (emoções, desejos, etc.).
Assim
inevitavelmente encontraremos aqueles criarão para si as grandes ilusões da
vida.
Ermance
Dufaux em seu livro “Reforma Intima – Sem Martírio” (Ed. Dufaux – 2010) define
ilusão (...) como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde a
realidade. São percepções que nos distanciam da Verdade. Existem em relação a
muitas questões da vida, tais como, metas, cultura, comportamento, pessoas,
fatos. A pior das ilusões é a que temos em relação a nós: a auto-ilusão.
(...)
As ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos
sentimentos que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões
encontramos carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto
de inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas (...).
Sendo
assim, podemos dizer que as ilusões que criamos são somente para firmar um “eu
ideal” que não existe e que representa o papel daquilo que realmente gostaríamos
ser.
Para
entender como isto se aplica na prática, vamos tornarmos um pouco indiscretos e
fazermos algumas observações:
Àqueles
que são de alguma forma frustrados com suas situações econômicas, podem
valer-se da vaidade dos cortes finos e de grandes marcas, das máscaras das
maquiagens e do aromas dos perfumes para representarem um status mais condizente com suas ambições financeiras – mas esquecem-se,
por exemplo, que a humildade também é uma grande virtude. Eis ai a grande
ilusão!
Há
outros que não conseguem sentir-se “amados” se este sentimento não estiver
atrelado à outra pessoa. Sempre se julgarão prejudicadas pela falta do amor
alheio que não recebem. Muitas vezes se sentirão injustiçadas por não receberem
o amor idealizado do pai ou da mãe, do namorado ou da namorada, do esposo ou da
esposa, faltará o amor dos filhos, dos amigos, Só há a incompreensão de todos.
Esquece-se
neste caso de que não há amor no mundo que seja maior do que o amor próprio. É um
dos sentimentos mais básicos que a pessoa deve ter.
Uma
pessoa que depende antes de tudo de um amor que não seja o seu próprio, para
viver, cria a ilusão de que a sua felicidade dependerá sempre de outros,
amargurando-se pela vida e distanciando-se de todos.
Outros
há ainda que se entregam a processos de culpas infinitos, como se todo mal vivido
ou causado não tivesse remédio diante do arrependimento sincero. Tornam-se
pessoas amargas, submissas, conformadas e egoisticamente veladas em um sofrer
eterno, onde a Piedade nunca entra.
Eis
ai mais uma das grandes ilusões que muitos absorvem quando se esquecem de que
sempre é tempo de recomeçar. Para isto, basta apenas a humildade para
aceitar-se a si, como realmente se é: ainda imperfeitos, mas constantemente no
caminho da evolução moral.
André
Luiz dá a receita para uma vida saudável no livro “Meditações Diárias” na mensagem
– Evitando Obsessões:
Não deixe de sonhar, mas enfrente as suas realidades no cotidiano.
Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa dominá-las de todo.
Fale tranquilizando a quem ouve.
Deixe que os outros vivam a existência deles, tanto quanto você deseja
viver a existência que Deus lhe deu.
Não descreia do poder do trabalho.
Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.
Cultive a perseverança, na direção do melhor, jamais a teimosia em
pontos de vista.
Aceite suas desilusões com realismo, extraindo delas o valor da
experiência, sem perder tempo com lamentações improdutivas.
Convença-se de que você somente solucionará os seus problemas se não
fugir deles.
Recorde que decepções, embaraços, desenganos e provações são marcos no
caminho de todos e que, por isso mesmo, para evitar o próprio enfaixamento na
obsessão o que importa não é o sofrimento que nos visite e sim a nossa reação
pessoal diante dele.
***
Observar
a origem das nossas ideias e saber endereçar os nossos desejos é fundamental
para o cultivo da felicidade, que só depende de nós mesmos.
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