Por
milhares de anos, desde que o homem passou a constituir a vida em sociedade,
houve a necessidade de se manter a ordem.
Sempre
existiram aqueles indivíduos que se sobressaiam aos outros evidenciando suas
virtudes, boas ou más.
Era comum os bons se tornarem lideres e à eles
eram incumbidos de estabelecer a ordem e fazer prevalecer a justiça.
Em
paralelo a isto, surgia o sentimento de culpa: se era necessário fazer justiça,
logo deveria haver um culpado pelas injustiças cometidas.
Posteriormente
e não necessariamente nessa ordem, vieram os sacerdotes. Naquela época, muitos
eram o que consideramos hoje como pagãos, mas, em muitos já haviam brotado a Centelha Divina, e era
comum julgarem sob os pretextos da igualdade, da fraternidade, do amor ao
próximo e sob as leis do bom relacionamento, sempre visando reparar as faltas
cometidas com justiça, e era comum os acordos terminarem sendo celebrados em
grandes festas, simbolizando o entendimento, a amizade e a paz.
Desde
aqueles tempos, os homens ainda lutam para permanecerem na vida social com dignidade,
como da mesma forma as sociedades têm seus bons e maus elementos e
inevitavelmente, todos nós carregamos um pouco do sentimento de culpa, por
termos feito isto ou aquilo, ou em muitos casos, não termos feito nada.
Partindo
deste ponto, podemos entender que a verdadeira culpa esta nos atos cometidos
com maldade e intencionalmente.
Já
não somos mais tão inocentes assim. Agimos conforme o nosso livre arbítrio (livre
arbítrio é a liberdade de escolhas). Sabemos o que lesa ou não ao outro. Sabemos
quais palavras agridem. Sabemos o que fazer.
Nossas
atitudes já não podem ser comparadas as da criança ingênua, que age conforme a
curiosidade. Não somos tão inocentes assim.
Conta-se
em uma história que Confúcio, um sábio oriental, foi procurado por um homem que
lhe confessara ser ladrão de galinhas. Roubava quarenta galinhas todas as
noites, mas dizia-se arrependido e pedia conselhos para mudar.
Confúcio
se compadeceu da atitude do homem e advertiu:
_Sabes
que nossas leis são severas. Sua pena seria de quarenta chibatadas. Contudo, vá
para casa e ore por seu perdão. Desista desses atos e encontrará a salvação.
O
Homem ao sair da presença de Confúcio, resolveu acatar os conselhos, mas faria
do seu jeito. A cada dia roubaria menos, até parar de vez. E assim fazia.
A
cada dia roubava menos, sempre orando, conforme o conselho recebido, até que
certa noite foi preso. Acabou por morrer esvaído numa poça de sangue, ante as
quarenta chibatadas recebidas.
Jesus
Cristo foi mais direto: _Vá e não peques mais!
Reflitamos
um pouco: onde encontramos, ou melhor, onde escondemos nossas culpas? Seguimos
sem pecar? Seremos pegos na madrugada de surpresa e daremos conta das quarenta
chibatadas?
Somos
os melhores juízes de nós mesmos! Só há um jeito de nos livrarmos da culpa, e é,
não tê-las!
As
questões do mundo, certamente serão julgadas pelas leis do mundo, mas, os
julgamentos morais, antes de tudo, cabem a cada um de nós fazermos.
Não
se pode deixar para o amanhã as atitudes que santificam hoje.
O melhor jeito de evitar a culpa, é sempre evitar fazer o mal.
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