quarta-feira, 29 de junho de 2011

Frio


Nesses últimos dias de inverno, que por sinal são também os primeiros, fomos surpreendidos por uma poderosa frente fria, trazendo até nós o frio intenso e as geadas.
Diante desses acontecimentos naturais, por vezes paramos maravilhados diante de nossas televisões e acompanhamos as novidades trazidas pelo o inverno.
São comidas e bebidas típicas, tendências de moda e notícias das belas paisagens das manhãs geladas que até nos tiram o fôlego diante de tanta beleza.
Mas, há também um lado triste dessa história: pessoas ainda morrem de fome e frio em varias regiões do nosso adorável país.
Entre as várias vítimas, estão moradores de rua, um número considerável de idosos, e, pessoas classificadas no CNI (Cadastro Nacional da Indiferença – guarde bem esta sigla), como pessoas de baixa renda.
Ouve-se dizer que as pessoas que desencarnam (morrem) de frio, tem uma morte lenta e terrível, porque o hipotálamo (região do nosso cérebro responsável por regular a temperatura do corpo) deixa de funcionar e, enquanto isso,vai cessando lentamente as atividades corporais, enquanto as vítimas vão sentindo suas carnes serem consumidas pela dor até perderem a consciência.
Chocados? A intenção é essa mesmo, e já saberemos o motivo...
Por ora, vamos tratar de outro tipo de morte, também muito interessante: a das pessoas que morrem de frio sem perder calor.
Mas, calma lá que não é aula de ciência, e sim de consciência...
Você deve estar se perguntando como é possível morrer de frio sem perder calor? Mas creia, isso mata mais do que noites geladas.
Infelizmente, muitos morrem assim por perderem a capacidade de emitir calor humano. Aquele que se transmite pelo carinho, pelo respeito e por consideração ao próximo.
Constata-se nessas mortes que, infelizmente os corações pararam de funcionar justamente por resfriarem e perderem a capacidade de amar.
Não tratamos aqui daquele amor vulgar, tão comentado por muitos, mas sim daquele amor sublime e Cristão que ensina que além de amar é preciso realmente se importar com aqueles que mais precisam da nossa ajuda, auxiliando-os de forma incondicional...
Fica uma pergunta: Teria VOCÊ, coragem de abraçar um moribundo, mesmo que este fosse, por exemplo, um morador de rua?
Quando alguém morre de frio, o corpo vai reduzindo o seu ritmo e o coração é o primeiro órgão a sofrer, justamente porque precisa de energia e de calor para trabalhar.
Aqueles que morrem de frio, mas, por deixar de amar o próximo, também morreram porque o coração por muito tempo deixou de trabalhar.
Mas graças a Bondade Divina surgem as campanhas abençoadas dos alimentos e dos agasalhos.
São como oportunidades únicas em nossas vidas, onde recebemos a chance de reacender em nós a chama Divina, talvez há muito tempo já extinta.
Lembramos então que existem irmãos carentes que necessitam da nossa ajuda.
Então doamos. E, nem sempre em grandes quantidades, porque quem realmente doa, costuma doar em qualidade e não em quantidade, bem como na parábola da viúva que doou a sua última moeda, e que, por isso mesmo, deu mais de si do que muitos outros.
Quem realmente deseja ajudar, ajuda em qualquer quantidade.
São como pequenas brisas, que por mais que pareçam frágeis, reacendem as chamas ao passar belo braseiro, que por sua vez doa calor, que nos aquece e nos livra de morrer de frio.

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