quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mutantes


Uma das grandes preocupações dos homens, certamente sempre o foi a sua aparência e a maneira de como a sociedade o enxerga.
Certamente, isto sempre leva alguns a se enxerem de aparatos materiais e psicológicos a fim de que possam sustentar certo tipo de postura ou manter certo grau de status que reluzem diante de certos olhares mais vulgares.
Isto geralmente cria seres aterradores iguais aqueles que vemos nos filmes de ficção, cheios de mutações – isto lógico, no sentido figurado.
Certas atitudes e escolhas contribuem para isto. Logo, também estamos acostumados a criar listas em que enquadramos pessoas dotadas de tais características como sendo “boas” ou “más”.
Este pré-dispor a manter aparências, cedo ou tarde trás grandes incômodos, pois somos levados a representar algo que realmente não somos, ou como diz o Giovani: _Um dia a casa cai!
Dentro deste contexto, passamos exclusivamente a ser seres artificiais, programados apenas para encher de brilho ou de pavor, os olhos daqueles que passam os dias a se preocuparem com a vida dos outros.
Paralelo a isto, se observamos a história, o homem sempre buscou maquiar as suas verdadeiras intenções com resultados desastrosos.
Citamos por exemplo, a alegoria do Cavalo de Tróia, retratada na épica batalha grega, construído por Epeu. Maquiada sobre a imponência e beleza retratada na figura do cavalo grego, suposto presente do deus Apolo, escondia-se o terror da guerra, da cobiça e da dominação, culminado como sabemos, em verdadeiro banho de sangue que deu a vitória aos gregos escondidos no ventre do animal, como descritos na narrativa.
 Em se tratando de religião, o homem conseguiu mesmo mudar a personalidade de Deus, mutando-o da voz que falava a Moisés no deserto, ao deus altivo e cruel de barba e túnica branca de feição nada amistosa, absorvido possivelmente da cultura greco-romana nos primeiros anos da era cristã, a moda da figura do ídolo Zeus, o grande deus do panteão de deuses gregos, em uma época marcada por projetos de dominação, de ignorância e de maldades.
Por vezes, estes tipos de atitudes estão tão enraizados nas pessoas, que mesmo quando buscam praticar atos mais nobres, como por exemplo a caridade, o fazem na intenção de transparecer, na verdade, nada mais do que a suas vaidades.
Jesus recomendou “não deixai que a vossa mão esquerda saiba o que dá a vossa mão direita”.
Em outras palavras, recomenda-nos a discrição de nossos atos, bem diferente do comumente se pratica hoje em dia.
Certamente somos influenciados pelo mundo em nosso redor. Somos tentados por conceitos e modismos equivocados e sempre voltados às questões materiais, que não nos levam a nada.
Vejamos por exemplo, a nova crise monetária que se aproxima. Anos e mais anos de políticas financeiras e lucros injustos não são mais capazes de sustentar a mentira que se tornou o capitalismo e o consumismo desenfreado, que enriquecem alguns, e condena milhões a morte, como por exemplo, os povos somalis no norte da África.
No entanto, chega a hora de mostrarmos quem realmente somos, mesmo que isso cause dor e nos mostre ainda mais imperfeitos e falíveis.
Lembremos que sempre é tempo de elevar os nossos pensamentos aquele verdadeiro Deus, que por vezes esquecemos e que, quando procurado sempre nos dá chances novas pela vida e em vidas novas.
Ele sempre saberá quem realmente somos, indiferente das mutações pelas quais passarmos.

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