quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ressecados


O mundo em nossa volta é certamente regido por leis que desconhecemos, mas que nem por isso, deixa de existir a harmonia. Mesmo assim os nossos sentidos são sempre presenteados com as mais belas expressões da vida, desde a pedra mais rudimentar até as formas mais complexas, sempre sustentadas pela Natureza, como mãe zeladora sempre a vigiar.
Mas, mesmo diante de tanta beleza e harmonia, inevitavelmente chegam até nós àqueles momentos mais duros que nos desalinham e nos convidam a uma reflexão mais profunda da vida.
Graças as nossas faculdades intelectuais fomos evoluindo e com isso sempre aprendendo a desejar o melhor.
No entanto, infelizmente há aqueles que por um motivo ou outro passaram a desejar coisas impossíveis ou inconvenientes, passando assim a serem impedidos de consumarem os seus desejos, tornando-se pessoas insatisfeitas.
Com o tempo, e o acumulo dessa insatisfação, perderão o seu equilíbrio emocional, e por vezes até mesmo a razão. É ai então que encontraremos aquelas pessoas conhecidas por serem loucas justamente por tornarem-se insaciáveis.
Muitos desses, guardam mágoas profundas de suas vidas mal resolvidas, de seus insucessos e frustrações, guardam mágoas dos amores mal correspondidos ou mesmo do amor sincero que nunca conheceram, outros, carregam as marcas da infância mal direcionada, sempre regada ao conforto, mimados aos extremos e sempre impedidos de se contrariarem com as decepções naturais que a vida utiliza para nos educar.
Mas, a harmonia é uma lei universal, e infelizmente, mesmo que não queiramos, somos levados a ela por bem ou por mal e inevitavelmente existirão aqueles que se sentirão insatisfeitos com o que a vida lhes dispõe, e contrariados encherão de feridas os seus orgulhos.
Amargurados, se tornarão pessoas ressentidas e ressecadas.
É comum vermos nessas situações aquelas pessoas que constroem seus mundos a parte. Criam magníficos castelos e preenchem com diversos tesouros, iluminam suas fechadas dando uma aparência agradável. Tudo apenas para esconder a verdadeira fragilidade do que existe do lado de dentro.
São como belos e adubados vasos de rosas que no menor descuido murcham por falta d’água.
A lei de evolução nos leva ao progresso, tanto o moral como intelectual e o material. Mas, para isto é necessário que arranquemos de nós o orgulho, o verdadeiro causador de todas as mazelas acima.
O grande Mestre de Nazaré ensinou que o reino dos céus é para os pobres de espírito, ou seja, é dos humildes, e a humildade é o oposto do orgulho.
O orgulhoso busca sempre preencher-se de coisas que façam barulho e lhe dêem aparência.
O Humilde fica feliz em fazer sua parte sem se preocupar em ser melhor ou pior.
O orgulhoso sente necessidade de estar por cima achando-se superior olhando quem está abaixo, mas apenas porque teme descobrir Algo maior e acima da sua vaidade.
O Humilde permanece embaixo com os pés firmes no chão, e quando ergue a cabeça com humildade é para agradecer à Providência Divina, e só por isso já enxerga longe os caminhos a seguir no horizonte.
O orgulhoso se ofende e se estressa à toa dando pitti no vento da insegurança.
O Humilde raramente ou nunca se ofende, pois está cheio de paz e tranqüilidade, de amor e de Humildade, e, vive a vida sem medo de se perder porque prevê os caminhos. Ele é como a chuva que por onde passa distribui porções de amor que umedecem e devolvem a vida.
O orgulhoso é vento abrasador que, por onde passa suga o pouco da beleza que existe e resseca a paisagem.

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