quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dores


Apesar do caos aparente em que se encontra o mundo, ainda assim existe equilíbrio para quem o busca.
Da mesma forma que a Terra evolui anos adentro convulsionando, de vez em quando também passamos por momentos de convulsão e crescimento onde a dor se faz presente, igual a criança que experimenta as dores de quando seus ossos dão leves espichadas conduzindo-o a maioridade.
Há quem pense que quando a dor se apresenta em nossas vidas, seja uma injustiça Divina. Mero engano, pois em nossa relutância egoísta, esquecemos que em tudo na vida há uma razão de ser.
Ao longo de nossa evolução fomos nos tornado seres imediatistas e impacientes, de certa forma, muito mimados, e, quando nos acontece algo fora daquilo que desejamos sentimos vontade de esbravejar. Alguém tem de levar a culpa...
Esquecemos de lembrar que antes de tudo somos seres espirituais habitando corpos materiais, assim, inevitavelmente como na natureza, chegará um dia em que de pouco em pouco, as nossas constituições corporais irão se desgastar quase ao ponto de se desfazerem e sentir dor então será inevitável.
Com dizem algumas ciências: somos programados para nascer, crescer, reproduzir e morrer (morrer no sentido de deixar o corpo, já que somos seres imortais e eternos, e a vida continua após a morte em outro estado, o estado espiritual) e nesse processo em algum momento sentir dor é natural.
Do ponto de vista espiritual, o desgaste e a dor se dão de acordo com as impressões que colhermos durante a vida, já que nutrimos o nosso espírito com emoções. Se as impressões forem boas, sadios serão nossos espíritos. Se as impressões forem más, más também serão os nossos espíritos e neste ponto tornam-se doentes e com isso também experimentaremos a dor.
A partir deste ponto de vista fica fácil entender o porque de muitas vezes encontramos pessoas com corpos doentes, mas de espíritos sadios.
As pessoas espiritualmente sadias são aquelas cujas dores físicas não as influenciam moralmente. Optam em serem mais otimistas do que pessimistas. Apesar da dor que sentem, procuram buscar sempre o lado bom da vida.
Não se prendem em eternas lamentações.
Buscam fugir ao máximo da “síndrome do coitadinho”, evitando suprir suas carências afetivas externando suas dores, e por vezes, tornam o processo de cura, uma tarefa impossível de se realizar.
Como seres espirituais habitando corpos matérias, experimentaremos certamente, tanto as dores físicas, quanto as dores morais, que são as dores da alma e que envolvem os sentimentos.
Mas lembremos que tanto uma quanto outra estão em perfeita harmonia com a Natureza e a lei de evolução.
No fim de tudo prevalecerá o fruto das lições que aprendermos e que darão mais brilho em nosso caráter. Nesse processo, fugir das lamentações é essencial.
Lembremos que pessoas como Louis Braille (cego) inventou a linguagem que hoje norteia milhares de pessoas no mundo todo – Beethoven (surdo) tornou-se um dos maiores compositores de toda a história mesmo sem ouvir o que compunha – Vincent Van Gogh (esquizofrênico) hoje é tido como uma das maiores referencias em pintura no mundo – pintava com os sentimentos da alma – Aleijadinho (leproso) esculpiu e entalhou trabalhos que chamam a atenção de críticos em arte no mundo inteiro, tornando o Brasil uma das referências em artes barrocas – Louis Pasteur (tuberculoso) fez inúmeras descobertas sobre micróbios que salvam vidas até hoje. E, por fim, a senhora Helen Keler (cega, surda, muda) escreveu livros que encantam leitores no mundo todo até os dias de hoje.
Estes, com certeza jamais optaram em sofrer, e sim em deixar o melhor de si para a humanidade.
Sentir dor, em dado momento é inevitável, mas, sofrer, é uma questão de escolha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário