Nesses
últimos dias de inverno, que por sinal são também os primeiros, fomos
surpreendidos por uma poderosa frente fria, trazendo até nós o frio intenso e
as geadas.
Diante
desses acontecimentos naturais, por vezes paramos maravilhados diante de nossas
televisões e acompanhamos as novidades trazidas pelo o inverno.
São
comidas e bebidas típicas, tendências de moda e notícias das belas paisagens
das manhãs geladas que até nos tiram o fôlego diante de tanta beleza.
Mas,
há também um lado triste dessa história: pessoas ainda morrem de fome e frio em
varias regiões do nosso adorável país.
Entre
as várias vítimas, estão moradores de rua, um número considerável de idosos, e,
pessoas classificadas no CNI (Cadastro
Nacional da Indiferença – guarde bem esta sigla), como pessoas de baixa renda.
Ouve-se
dizer que as pessoas que desencarnam (morrem) de frio, tem uma morte lenta e
terrível, porque o hipotálamo (região do nosso cérebro responsável por regular
a temperatura do corpo) deixa de funcionar e, enquanto isso,vai cessando
lentamente as atividades corporais, enquanto as vítimas vão sentindo suas
carnes serem consumidas pela dor até perderem a consciência.
Chocados?
A intenção é essa mesmo, e já saberemos o motivo...
Por
ora, vamos tratar de outro tipo de morte, também muito interessante: a das
pessoas que morrem de frio sem perder calor.
Mas,
calma lá que não é aula de ciência, e sim de consciência...
Você
deve estar se perguntando como é possível morrer de frio sem perder calor? Mas
creia, isso mata mais do que noites geladas.
Infelizmente,
muitos morrem assim por perderem a capacidade de emitir calor humano. Aquele
que se transmite pelo carinho, pelo respeito e por consideração ao próximo.
Constata-se
nessas mortes que, infelizmente os corações pararam de funcionar justamente por
resfriarem e perderem a capacidade de amar.
Não
tratamos aqui daquele amor vulgar, tão comentado por muitos, mas sim daquele
amor sublime e Cristão que ensina que além de amar é preciso realmente se
importar com aqueles que mais precisam da nossa ajuda, auxiliando-os de forma
incondicional...
Fica
uma pergunta: Teria VOCÊ, coragem de abraçar um moribundo, mesmo que este
fosse, por exemplo, um morador de rua?
Quando
alguém morre de frio, o corpo vai reduzindo o seu ritmo e o coração é o
primeiro órgão a sofrer, justamente porque precisa de energia e de calor para
trabalhar.
Aqueles
que morrem de frio, mas, por deixar de amar o próximo, também morreram porque o
coração por muito tempo deixou de trabalhar.
Mas
graças a Bondade Divina surgem as campanhas abençoadas dos alimentos e dos
agasalhos.
São
como oportunidades únicas em nossas vidas, onde recebemos a chance de reacender
em nós a chama Divina, talvez há muito tempo já extinta.
Lembramos
então que existem irmãos carentes que necessitam da nossa ajuda.
Então
doamos. E, nem sempre em grandes quantidades, porque quem realmente doa,
costuma doar em qualidade e não em quantidade, bem como na parábola da viúva
que doou a sua última moeda, e que, por isso mesmo, deu mais de si do que
muitos outros.
Quem
realmente deseja ajudar, ajuda em qualquer quantidade.
São
como pequenas brisas, que por mais que pareçam frágeis, reacendem as chamas ao
passar belo braseiro, que por sua vez doa calor, que nos aquece e nos livra de
morrer de frio.