quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Carroça


Chega ser gritante a forma com que algumas pessoas buscam se expressar. Na tentativa desesperada de tornarem-se evidentes, muitas vezes costumam tornar-se excessivamente barulhentas e vazias.
 Infelizmente, em muitos, é a vaidade que impera, e o resultado triste disso são falações e falações sem nexo, muitas chegam a ser irritantes e desconfortáveis.
Parte disto vem da necessidade de o individuo cobrir os rastros de suas mentalidades vazias e imorais. Uma boa reflexão sobre tema encontramos na mensagem do livro E para o Resto da Vida... de Wallace Leal V. Rodrigues. Vejamos a seguir:

A Carroça

Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio
no bosque e eu aceitei com prazer.

 Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno
silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais
alguma coisa?

 Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

 - Estou ouvindo um barulho de carroça.

 - Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia...

 Perguntei ao meu pai:

 - Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

 - Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho.

Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo,
tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

- Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...

Esta pequena história é uma forma simples de explicar a questão levantada acima.
Em tempos como os do século XXI, torna-se mais do que necessário o aperfeiçoamento individual, tanto o intelectual como o moral.
Novos tempos, sempre requerem novas maneiras de se agir e de se pensar e inevitavelmente temos apenas duas opções: evoluir ou perecer.
Na ânsia de disfarçar o vazio da alma, muitos costumam fazer muito barulho exterior, infelicitando-se e infelicitando os que os cercam.
A arte de bem falar ainda é pouco conhecida de muitos de nós.
E falar bem nunca significou falar muito, pelo contrário, o poder de resumir é qualidade apenas dos sábios.
Falar pouco e dizer muito é coisa que poucos sabem fazer.
Mas, falar muito e dizer pouco, é um fato comum.
Quem fala demais e diz o que não deve, acaba escravizado pelas próprias palavras que, uma vez ditas, não podem mais ser apagadas.
Mas, enquanto nós não as dizemos, são nossas prisioneiras e temos sobre elas sempre o total domínio.
Baseado no texto: Falar com moderação

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