Que
a humanidade passa por grandes transformações, não tem como negar. Faz até
lembrar a alegoria da lagarta que fica longo tempo presa no casulo, para depois
despertar radiante e cheia de vida em outra fase da sua existência.
Assim
também estamos nós.
Mas
o que realmente nos prende pelos caminhos que seguimos durante as nossas vidas?
Infelizmente
em nossas jornadas pessoais, temos tendências a nos prendermos em escoras que
atrasam o nosso progresso moral e espiritual.
São
tantas as ocasiões em que nos sentimos “cansados”, que inescrupulosamente não
nos custa nada passar o nosso incomodo fardo a quem quer que esteja próximo.
Isto,
quando não nos servimos das pessoas generosas que nos acompanham nas jornadas
diárias, usando-as como escoras, banhando-as com nossas lamentações, quase
solicitando para que resolvam os nossos problemas, como se a responsabilidade
fossem realmente delas.
Com
atitudes como estas, muitos passam a ter uma vida cheia de irresponsabilidades
e descompromissos para com tudo. Outros fecham os olhos ou se calam.
Existem
os que se tornam dependentes afetivos, espirituais, monetários...
Há
àqueles que preferem se esconder atrás das forças sobrenaturais, empurrando as
responsabilidades que lhes são exclusivas, às forças diabólicas, das quais se
dizem perseguidos.
Vivem
numa eterna falta de reforma intima, a verdadeira enobrecedora do caráter
humano.
Com
isso, criamos a ilusão da falta de algo que nos é sagrado e que nem Deus derroca:
o nosso livre arbítrio – a capacidade de escolher e de agir conforme a nossa vontade.
É
preciso lembrar que nada acontece em nossas vidas sem que de alguma forma
permitamos, mesmo que para isto, ainda não entendamos os mecanismos divinos que
as rejam.
A
falta de reflexão em nossos atos é o nosso maior inimigo.
Infelizmente
experimentamos essa regressão psicológica porque passam muitos, igual à criança
que foge diante das responsabilidades.
Nesse
processo vamos criando as nossas muletas psicológicas e assim escorando-nos
pela vida.
Tecemos
conscientemente os fios dos casulos que nos prendem pela vida.
É
esse nosso lado fabuloso que permite que criemos os anjos e demônios de acordo
com o estado da nossa consciência.
É
ele quem “diz” o que é ou não da nossa autoria.
Criamos
estes mundos fantásticos onde cremos poder ser eternamente inculpáveis pelos
nossos atos. Mesmos os atos mais doentios e impensados, naturais ou não,
demoníacos ou santos.
Fazemos
questão de escondê-los de nós mesmos, mas a consciência inevitavelmente
registra de forma silenciosa, e certamente seremos convidados a
responsabilidades desses atos em momentos mais oportunos.
Ainda
bem que estas paralisias sociais dão sinais de melhora, e que, de pouco em
pouco somos convidados a despertar para as realidades desse novo mundo que se
aproxima.
Seremos
gentilmente convidados a viver a vida com mais responsabilidades, desfazendo as
nossas muletas psicológicas, deixando de sermos dependentes para sermos
seguramente autônomos e responsáveis por nós mesmos.