De vez em quando parece que o mundo vira de
pernas para o ar, como há poucos dias, quando o homem se viu mais uma vez
subordinado as forças da natureza.
Para os mais acomodados, bastará repetir o
velho bordão: “_Deus quis assim!”. Para os mais enérgicos: “_A culpa é do
próprio homem!”.
Mas, refletindo, dá muito o que pensar.
No principio do homem, tanto no que diz a história
da ciência como no que diz o da religião, o homem foi criado imaturo e humilde
(sem conhecimentos muito profundos - se preferir), e vivia relativamente em paz
com a natureza.
Sua humildade talvez fosse apenas reflexo de
sua ignorância. Era movido basicamente por instintos (reações a certos tipos de
situações), sentimento básico de sobrevivência de todo o ser racional.
Mas, na
medida em que evoluía, aprendia, e das descobertas que ia fazendo, resultavam
as sensações, boas ou más. Em miúdos, o homem deixava os seus instintos para
lidar com sensações (prazeres mais grosseiros relativos ao corpo), como o sexo
ou a falsa descontração promovida pelo álcool, e muitas outras que persistem em
nosso meio ainda hoje e que são muito passageiras.
Com o
passar dos tempos fomos nos depurando, buscando sentimentos mais sublimes e
mais sólidos, e das sensações vulgares, muitos passaram a conhecer o amor. Não
aquele amor vulgar de filmes e novelas, sempre confundido com as sensações
sexuais, onde “fazer amor” é o ideal. Engano!
Libertando-se
das sensações o objetivo do homem é descobrir o amor. Mas o amor verdadeiro,
aquele que ao mesmo tempo que liberta os homens, os une, descobrindo que aos
olhos do Criador, somos todos iguais. Uns mais ou menos intelectualizados e
espiritualizados, mas em essência, iguais, caminhando juntos e colaborando para
um bem comum: a vida.
E são em
momentos de crises que se conhecem os graus de evolução dos povos:
*Se
movidos por seus instintos animalizados e mais grosseiros?
*Presas
as suas sensações egoisticamente prazerosas e momentâneas?
*Ou
enobrecidas pelo amor que liberta, mas, ao mesmo tempo une a todos de forma
fraterna, dando-se as mãos a quem necessita, caminhando sempre juntos?
Há que se corrigir: Deus certamente não quer
assim!
Mas assim o permite para que os homens tenham
a chance de evoluir, saindo da idade das pedras e seguindo para a era do amor.
Devemos concordar que o homem tem sua parcela
de culpa.
Foi abusando de forma insensata da natureza –
mãe acolhedora – sentindo necessidades em suprir as suas “necessidades mais básicas”,
e por ironia ou não, as mesmas necessidades que enriqueceram uns de mais e
tornaram outros pobres de mais, onde a única sensação de superioridade que
estes mais miseráveis puderam ter era “a vista superior do alto do morro”, o
único “estar acima” que puderam conhecer.
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