Outro
dia eu vasculhava em meus papéis antigos: revistas, jornais, textos, etc., a
fim de peneirar algo que pudesse me servir de inspiração.
Lá
pelas tantas, abri uma revista do ano de 2010 (Revista Internacional de Espiritismo)
onde encontrei um texto de Davilson Silva, escritor e autor, em diversas mídias
de renome. O texto abordava como tema, a “Inveja
– Eu tenho, você não tem”, reportando a um comercial antigo de tesouras,
cujo tema se referia ao “fazer inveja”.
O
autor discorria sobre a triste situação de quem se vê dominado pela inveja,
seus eternos conflitos dos, “por que Fulano tem e eu não tenho”, ou “por que
Beltrano merece e eu não”, ou ainda, “Faço melhor do que Cicrano...”.
Com
o autor, todos nós concordamos que a inveja não passa de uma terrível doença da
alma – um grande mal moral. É uma energia negativa que prejudica em muito os
invejados e leva os invejosos a grandes martírios íntimos, já que por conta
disso, como a maioria dos doentes crônicos nunca admite suas doenças, sofrem
horrores com isso. Acreditem, apesar do mal que causam, os invejosos são em
regra, as maiores vítimas de si mesmos.
Davilson
aponta ainda, de forma sutil, as quatro personalidades mais comuns de
invejosos, as quais repasso agora sem maiores pretensões, é claro. São eles:
Invejoso ligth: Aquele cuja inveja é moderada. Nele há um pendor para
realizar algo ou atingir uma meta que permanecia no íntimo, só lhe faltando
coragem para levá-la a efeito ou nunca presumindo que poderia concretizá-la. A
inveja neste caso o impele a pôr em prática coisas iguais ou diversas, de
preferência melhores do que as do invejado, embora este seja mais inteligente,
mais habilidoso, mais apto do que ele. O invejo ligth parece humilde por reconhecer o valor dos outros, no entanto
não se tem certeza do grau de sinceridade, ao enaltecer alguém, quando diz ter
inveja “no bom sentido”. Tenta surpreender, esforça-se por onde se igualar ao
objeto de inveja ou por competir com ele em mérito ou qualidade. Se não tiver o
talento, a inteligência, a aptidão que imagina, corre o risco de fazer-se digno
de escárnio.
Invejoso complexado: “Quem sou eu!”, responde, se alguém
ressalta nele alguma valia. Como o do primeiro tipo, ele dá ares de respeito,
de reverência, de modéstia, mas esses sentimentos lhe são postiços. Não
rivaliza como o do tipo anterior, pois acha-se impotente, incapaz. Sente-se um
infeliz, um malsucedido, vê inimigos em toda parte e costuma acusar a sociedade,
a Deus e o mundo pelos malogros; portanto, jamais sentirá o menor desejo de erguer
alguém que mereça estimulo, salvo se lhe apeteça um favor, alguma vantagem
material. Sem coragem de pôr-se melhor, reconhece-se um coitadinho, prefere permanecer invejoso. Esse tipo, se acaso
solerte e tortuoso, isto é, malévolo, pode causar danos, sérios prejuízos como
os das categorias a seguir.
Invejoso rancoroso: O invejoso rancoroso é também um
complexado. Só que seu complexo é de superioridade. A sua inveja mórbida não
admite o bom êxito, méritos e vantagens do invejado, e como ninguém é perfeito,
ele se vale da mínima falha do seu rival para difundir a suspeita e o
julgamento irrefletido. Oposto à verdade e à justiça, ele chega a febricitar de
tanta inveja e vibra contra o invejado, se este consegue o que ele não
conseguiu. Ele também se sente um coitadinho e, ao mesmo tempo, chega a ter
ódio de si mesmo, mas logo, por vingança, dirige a energia desse ódio contra
quem considera inimigo. Quando oportuno, boicota o objeto de inveja, critica-o
satírica e mordazmente, reduze-o a nada. Cínico e sem escrúpulo além de
hipócrita e sarcástico, a sua inveja odienta vai desde insinuações maldosas e
falsas acusações até um possível ato deplorável.
Invejoso tirânico: Esse tipo de invejoso é dos piores.
Nele observa-se defeitos e respostas inerentes aos do tipo anterior. Se exerce
um cargo de autoridade, ou se desempenha função de liderança, é capaz de usar
de suas prerrogativas para oprimir, humilhar o objeto de inveja. Por
julgarem-no importante, ele se vê em cima de um pedestal bem alto e, da mesma
forma que o invejoso rancoroso, é
claro, não aceita a superioridade de ninguém, principalmente, de quem ele inveja...
Com
podemos observar, nada de Cristão existe na inveja. Atitudes como estas, além
de provocarem males, por vezes irreversíveis, em nada são comparados aos
ensinamentos de Jesus tão cheios de amor e de caridade para com o próximo.
Se
por algum motivo se identificar com alguma das personalidades acima, é hora de
refletir um pouco mais sobre os rumos que tomam a vida. Pense nisso.